A descolonização
da África
África
contemporânea – a motivação da colonização
européia foi a Revolução Industrial, houve a necessidade de novos mercados, novos
espaços para investimentos do capital estrangeiro e matéria primas. Descobre-se
no interior da África ouro e diamante.
A
conferencia de Berlim (Bismarck) foi um marco na corrida colonial. Nessa
conferencia, não traçou fronteiras especificas, mas como as áreas deveriam ser
ocupadas.
O único
território não colonizado nessa época era a Etiópia.
Tipos de colonização
Colônia de exploração – As terras pertenciam aos africanos, porém a potencia
colonial é que tinha o controle militar e controle político nas esferas altas e
médias. A potencia colonial controlava o grande comercio de exportação. Havia
uma autonomia administrativa pelos poderes locais (chefes tradicionais).
Colônia de povoamento – Instalação de expressiva maioria branca, bem parecida com a
América. Essa instalação tinha a ver com o clima e tipo de sociedade encontrada
– Argélia, Moçambique, Angola, Namíbia, África do Sul, Quênia, etc.
As
terras africanas com boa fertilidade e com a existência de minérios, que foram
ocupadas.
Formas de administração colonial – a administração era direta. Os africanos ficavam com as
terras, na maioria das vezes e com pouca autonomia do ponto de vista político,
administrativo e jurídico.
Administração indireta – autonomia das estruturas jurídicas nativas locais controladas
por poderes locais, já existentes ou promovidos pelos colonizadores.
O
racismo foi a ideologia orgânica do colonialismo, a base da dominação colonial.
A sua justificativa fornece motivação dos colonos e administradores organizando
a vida colonial pautando na relação entre colonizador e colonizado.
Mecanismo da ideologia racista – Identificar diferenças (reais ou imaginárias) entre
colonizador e colonizado. – Destacar e qualificar estas diferenças e favor do
colonizador. – Essencializar as diferenças, tirando-as do contexto histórico.
Antes de continuarmos a
explanação, acreditamos ser necessário que se estabeleça a diferença entre
alguns conceitos que consideramos muito importante para você. Para isso, faça a
atividade sugerida abaixo:
Atividade
O (a) professor (a) deverá
formar com os alunos 4 grupos. Dois deles deverão buscar informações sobre o
significado e as relações entre os seguintes conceitos historicamente
construídos : “COLONIA”, “COLONIZAR” e “COLONIALISMO”. Os outros dois deverão
buscar informações sobre o significado e as relações entre os seguintes
conceitos historicamente construídos: “ESTADO”, “NAÇÃO”, “RAÇA” E “ETNIA”.
Os grupos que buscaram
informações comuns deverão se reunir e preparar suas considerações para
apresentar para os colegas. Sob a orientação/mediação do (a) professor (a) os
alunos deverão perceber as relações desses conceitos com o colonialismo
africano do século XIX.
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Fatores externos da descolonização – Impactos da 2ª Guerra Mundial na consciência africana
perceberam a fraqueza das nações européias (guerra e pobreza). Contato de
africanos na Europa, participando do exercito aliado.
Influencia
da luta pela liberdade de caráter nazista e promessa de autonomia.
Emergências
das duas novas potenciam não coloniais EUA e URSS – início da Guerra Fria.
Houve
uma frustração de uma pequena elite africana quando descobrem que ascensão
social é para todos e a partir daí começa o processo de descolonização após a
2ª Guerra Mundial. Essa guerra necessitava de grandes exércitos e os africanos
compõem franceses e britânicos. Os soldados que voltavam para a África, mostra
e fala como o europeu promove guerras entre eles piores que da África e que
eles não eram capazes de pacificar o continente.
O
contato com vários grupos africanos na guerra lhes dá identidade e voltam para
seus países com outras ideias.
A
ocupação da França pela Alemanha exarcebou o sentimento de liberdade, e essa
liberdade para todos chegou à África.
Na 2ª
Guerra Mundial as potencias européias ficaram destruídas – França, Inglaterra,
Alemanha e emergem duas outras, não colonial, EUA e URSS com um discurso que
deixaria acabar com a colonização, já apontando para necessidade de acabar com
a ocupação colonial. Essas nações deveriam ser exploradas de maneira
inteligente,
Fatores internos da descolonização – Transformação da África durante o espaço de guerra;
Desenvolvimento econômico, urbanização, expansão dos serviços de saúde e
educação; Apropriação do legado ocidental pelo colonizado na sua luta contra o
colonizador; Valores – o ideário revolucionário, o cristianismo, o
nacionalismo, o socialismo.
Instrumentos
como o saber escrito, a educação formal, o partido e a organização sindical;
Frustração pela ausência de mudanças sociais e políticas. Quando o exercito
volta para a África, após a 2ª Guerra Mundial ficaram decepcionados, pois o
colonialismo e o ideário racista continuavam; Ideário do Pan-Africanismo e da
negritude, sua construção não começa na África, e sim na diáspora dos EUA e
Antilhas e se expande para os países americanos e europeus e quando chega na
África houve a união pela solidariedade racial.
O papel
das missões na formação das elites nacionalistas. As missões religiosas, tanto
católicas como protestantes tiveram um papel contestador e critico da
colonização e elas foram fundamentais para a formação dessas elites; Movimentos
ideológicos e culturais que deram força para o movimento Pan-Africano.
Nos
mapas 2 ao 7, monitoramento do processo de independência política ocorrido a
partir dos anos 40 do século XX no continente africano.
Projeto
Geográfico by Geógrafo Rafael Sanzio A. dos Anjos
Para que você amplie seus
conhecimentos a respeito dos processos de independência que ocorreram no
continente africano e perceba as graves e profundas cicatrizes deixadas pelo
colonialismo europeu, propomos a atividade abaixo:
Os ditadores africanos do
século XX são chamados de “criaturas do colonialismo”. Os alunos deverão
formar 3 grupos sob a orientação do (a) professor (a) e cada um deverá buscar
informações sobre JEAN-BÉDEL BOKASSA (República Centro Africana Bangui),
MOBUTU SESE SEKO (Zaire) e IDI AMIM DADA (Uganda) e suas relações com a
máquina militar colonial européia do século XIX. Cada grupo deverá elaborar
uma narrativa histórica e apresentar suas considerações em sala de aula.
Deverão ser disponibilizados aos alunos todos os recursos tecnológicos
disponíveis na escola para efeito de pesquisa e apresentação.
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Independência dos paises africanos – 1960 foi o grande ano, 17 países se tornaram independentes.
1974 à
1993, na África Austral foi o processo mais custoso de independência por causa
da maioria branca, onde se completa só
com a soltura de Mandela.
O
processo de descolonização foi basicamente político e não econômico. Essa
dependência econômica continua numa divisão interna das elites africanas. Não
haveria um retorno de fronteiras. Não existia fronteiras naturais como na
Europa, as fronteiras eram a partir das latitudes, não respeitando povos e
etnias diversas. Todos os lugares estão longe de ser homogeneizados
etnicamente. África e Europa, mas mesmo sem ser homogêneos, não determinam o
fato da instabilidade. As etnias são moveis, não existem linhas eternas de
fronteiras. As etnias se formam com o contato entre eles. Os europeus, as
missões contribuíram muito para formar etnias. Essas missões traduziam a bíblia
numa linguagem especifica de um povo e isso se expandiu para muitos, criando
assim grupos étnicos. Isso dificultou muito a volta de fronteiras depois da
descolonização, seria muito complicado, levaria a outra guerra.
Outra
característica que parecia natural, porém, não era pós 2ª Guerra Mundial, é o
modelo de Estado Nação como única forma de organização. Existe formação de
reinos políticos anteriores dentro dos Estados Nacionais.
Existia
uma fragilidade econômica e dependência de sua antiga metrópole, fragmentada
institucional, com pequenas elites. Todas as estruturas burocráticas e
organizações de Angola era feita por portugueses. E esse novo país fragilizado
que é construído o Estado Nacional.
As diferenças tirando-os do contexto
histórico – os conflitos étnicos na
África, na verdade são guerras civis que decorre do desenvolvimento regional
desigual.
Na área
do Zaire (República Democrática do Congo) país mais destruído da África por
causa das riquezas minerais e exploração imensa. Angola, Zâmbia, Zimbabwe,
Namíbia é riquíssima em minério, muito importante para as indústrias mundiais.
O Sudão
foi uma colônia diferente, parceria entre egípcios e britânicos que queriam o
controle das cabeceiras do rio Nilo. Houve um domínio de mulçumanos islamizados
e arabizados e de regiões ora cristã ora tradicional. Houve um conflito com a
parte norte e sul contra esses mulçumanos, população mais clara e população
mais africanizada que partilhavam do mesmo desenvolvimento. Foram conflitos de
elites e não conflitos étnicos houve lugares com verdadeiros massacres.
Nigéria,
Gabão, Camarões, Kuait, terciários e ricos em petróleos e existe um interesse
econômico muito grande neles.
As
etnias serem cortadas por fronteiras era somente um fator a mais de
instabilidade. Em lugares de mais conflitos étnicos, as elites de cada grupo
local, iam buscar ajuda internacional.
Ainda
não houve tempo para a África se reconstruir, pois o processo de descolonização
é muito recente e também existem vários fatores que restringem a pobreza, disparidades
de riquezas, o norte muito pobre por causa da expansão do Saara e países
agrários e o sul mais rico principalmente em minérios.
Mapa atual da África
Texto elaborado a partir das aulas do curso
do museu Afro Brasil – 2005 Prof. Núbia Esteves
Postado por Safira da África
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