sábado, 9 de junho de 2012

Uma sugestão de sequencia didática


Conhecendo a África



9º ano


Objetivo: conhecer e entender a diversidade cultural africana;


Conhecer a região a partir da leitura de um objeto de arte – banco






1- Levantamento de hipótese – O que é ser africano?






2 - Sensibilização – o poema “Carta de um Contratado” (António Jacinto do Amaral Martins)






Carta de um Contratado


Eu queria escrever-te uma carta
amor
uma carta que dissesse
deste anseio
de te ver
deste receio de te perder
deste mais que bem querer que sinto
deste mal indefinido que me persegue
desta saudade a que vivo todo entregue...

Eu queria escrever-te uma cara
amor
uma carta de confidências íntimas
uma carta de lembranças de ti
de ti
dos teus lábios vermelhos como tacula
dos teus cabelos negros como dilôa
dos teus olhos doces como macongue
dos teus seios duros como maboque
do teu andar de onça
e dos teus carinhos
que maiores não encontrei por aí...

Eu queria escrever-te uma carta
amor
que recordasse nossos dias na capôpa
nossas noites perdidas no capim
que recordasse a sombra que nos caía dos jambos
o luar que se coava das palmeiras sem fim
que recordasse a loucura
da nossa paixão
e a amargura nossa separação...

Eu queria escrever-te uma carta
amor
que a não lesses sem suspirar
que a escondesses de papai Bombo
que a sonegasses a mamãe Kieza
que a relesses sem a frieza
do esquecimento
uma carta que em todo Kilombo
outra a ela não tivesse merecimento...

Eu queria escrever-te uma carta
amor
uma carta que te levasse o vento que passa
uma carta que os cajus e cafeeiros
que as hienas e palancas
que os jacarés e bagres
pudessem entender
para que se o vento a perdesse no caminho
os bichos e plantas
compadecidos de nosso pungente sofrer
de canto em canto
de lamento em lamento
de farfalhar em farfalhar
te levasse puras e quentes
as palavras ardentes
as palavras magoadas da minha carta
que eu queria escrever-te amor...

Eu queria escrever-te uma carta...
Mas ah meu amor, eu não sei compreender
por que é, por que é, por que é, meu bem
que tu não sabes ler
e eu - Oh! Desespero - não sei escrever também!


António Jacinto do Amaral Martins (1924-1991), poeta angolano, ganhou reconhecimento através de sua poesia de protesto. Devido à sua militância política anti -colonialista e de base marxista, foi exilado no Campo de Concentração de Tarrafal, em Cabo Verde, no período de 1960 a 1972. Voltou para Angola em 1973, e se juntou ao MPLA [Movimento Popular de Libertação da Angola]. Com a independência do país frente à colonização portuguesa em 1975, foi nomeado Ministro da Educação e Cultura, cargo que ocupou até o ano de 1978.


posted by Pimenta Negra @ 7.4.09


3 - Pesquisar as diferentes regiões africanas



Trabalho com fotos: localizar no mapa da África as diferentes regiões das imagens abaixo.



O Monte Kilimanjaro, na Tanzânia (África).








As savanas africanas, possuem uma vegetação aonde as arvores e arbustos são isolados, ou em pequenos grupos.






As florestas equatoriais apresentam uma rica variedade biológica, e possuem a característica de alimentarem a si mesmas.






As estepes ocorrem nas regiões entre as savanas, de um lado e os desertos de outro. São arbustos retorcidos, espinhentos ou com folhas pequenas que servem para evitar a perda de água.




Deserto do Saara – A árvore característica do Saara é a tamareira, que forma densos palmeiras nos oásis




A Montanha da Mesa e as praias da Cidade do Cabo são algumas das paisagens naturais que podem ser vistas sob outra perspectiva durante os vôos de helicóptero sobre esse destino litorâneo sul-africano. Eduardo Vessoni/UOL





República de Angola.



República Popular Democrática da Argélia.





República da Costa do Marfim.






República Árabe do Egipto.





Quênia
4 - Fazer a leitura do Banco Luba.



IMPÉRIO LUBA


O Reino de Luba foi fundado em 1420 na região do Congo




Império Luba e os Reinos de Lunda e Kazembe




Para os Luba e para a maioria dos povos da África Central, uma pessoa pertence à família de sua mãe. Um homem torna-se chefe por ter herdado este cargo de seu tio, irmão de sua mãe. Por isso as mulheres são tão importantes, especialmente as que já morreram, tornando-se ancestrais. São elas que sustentam, de lá do outro mundo, o poder aqui na terra. É o apoio delas que faz com que todos reconheçam alguém como legítimo chefe. A prosperidade e a fertilidade do reino são o maior sinal de que as ancestrais o apóiam. Por isso se vê no banco esta ancestral, segurando com suas grandes mãos o banco do chefe, o joelho flexionado traz a reverencia e a ideia de dinamismo.





Banco Luba



Para se analisar um objeto é preciso saber do que é feito e para que serve.


a). Que tipo de objeto é este? Para que você imagina que ele era usado? Quem o usava?


b). Descreva a pessoa representada nesta peça (idade, sexo, atitude). Repare também nos detalhes do corpo e cabelo.


c). Qual é a função desta pessoa no objeto? O que ela está “fazendo”? Qual parte do seu corpo mostra isso mais claramente?




Esta peça é um banco. No entanto, ele não é um objeto utilitário, ou seja, feito para ser usado para alguém se sentar, mas sim um bem de prestígio, um objeto que mostra o status (posição social) e poder de quem o possui. Quando pertencem a reis e chefes, estes objetos também são chamados de regalias.


d). Você acha que na nossa sociedade certos objetos também mostram o poder econômico e o status de uma pessoa? Quais?


e). Você se lembra de objetos que simbolizam o poder dos reis?






5 - Fazer a releitura do banco – confeccionando-o com argila, papelão, sabão em barra, papel marche, e outros materiais em geral.


6 - Avaliação – Fazer um novo texto sobre o que é ser africano confrontá-lo com o primeiro texto e verificar se houve mudança de comportamento. Depois fazer uma exposição dos trabalhos.




Referencias

http://antoniocalegaro.pbworks.com

http://pimentanegra.blogspot.com.br/2009/04/carta-de-um-contratado-poema-do.html

http://civilizacoesafricanas.blogspot.com.br/2010/01/imperio-luba.html

http://www.mafro.ceao.ufba.br/userfiles/files/Material%20do%20Estudante_africa.pdf




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