sábado, 9 de junho de 2012

DESCOLONIZAÇÃO


A descolonização da África


África contemporânea – a motivação da colonização européia foi a Revolução Industrial, houve a necessidade de novos mercados, novos espaços para investimentos do capital estrangeiro e matéria primas. Descobre-se no interior da África ouro e diamante.
A conferencia de Berlim (Bismarck) foi um marco na corrida colonial. Nessa conferencia, não traçou fronteiras especificas, mas como as áreas deveriam ser ocupadas.
O único território não colonizado nessa época era a Etiópia.
Tipos de colonização
Colônia de exploração – As terras pertenciam aos africanos, porém a potencia colonial é que tinha o controle militar e controle político nas esferas altas e médias. A potencia colonial controlava o grande comercio de exportação. Havia uma autonomia administrativa pelos poderes locais (chefes tradicionais).
Colônia de povoamento – Instalação de expressiva maioria branca, bem parecida com a América. Essa instalação tinha a ver com o clima e tipo de sociedade encontrada – Argélia, Moçambique, Angola, Namíbia, África do Sul, Quênia, etc.
As terras africanas com boa fertilidade e com a existência de minérios, que foram ocupadas.
Formas de administração colonial – a administração era direta. Os africanos ficavam com as terras, na maioria das vezes e com pouca autonomia do ponto de vista político, administrativo e jurídico.
Administração indireta – autonomia das estruturas jurídicas nativas locais controladas por poderes locais, já existentes ou promovidos pelos colonizadores.
O racismo foi a ideologia orgânica do colonialismo, a base da dominação colonial. A sua justificativa fornece motivação dos colonos e administradores organizando a vida colonial pautando na relação entre colonizador e colonizado.
Mecanismo da ideologia racista – Identificar diferenças (reais ou imaginárias) entre colonizador e colonizado. – Destacar e qualificar estas diferenças e favor do colonizador. – Essencializar as diferenças, tirando-as do contexto histórico.

Antes de continuarmos a explanação, acreditamos ser necessário que se estabeleça a diferença entre alguns conceitos que consideramos muito importante para você. Para isso, faça a atividade sugerida abaixo:
Atividade
O (a) professor (a) deverá formar com os alunos 4 grupos. Dois deles deverão buscar informações sobre o significado e as relações entre os seguintes conceitos historicamente construídos : “COLONIA”, “COLONIZAR” e “COLONIALISMO”. Os outros dois deverão buscar informações sobre o significado e as relações entre os seguintes conceitos historicamente construídos: “ESTADO”, “NAÇÃO”, “RAÇA” E “ETNIA”.
Os grupos que buscaram informações comuns deverão se reunir e preparar suas considerações para apresentar para os colegas. Sob a orientação/mediação do (a) professor (a) os alunos deverão perceber as relações desses conceitos com o colonialismo africano do século XIX.


Fatores externos da descolonização – Impactos da 2ª Guerra Mundial na consciência africana perceberam a fraqueza das nações européias (guerra e pobreza). Contato de africanos na Europa, participando do exercito aliado.
Influencia da luta pela liberdade de caráter nazista e promessa de autonomia.
Emergências das duas novas potenciam não coloniais EUA e URSS – início da Guerra Fria.
Houve uma frustração de uma pequena elite africana quando descobrem que ascensão social é para todos e a partir daí começa o processo de descolonização após a 2ª Guerra Mundial. Essa guerra necessitava de grandes exércitos e os africanos compõem franceses e britânicos. Os soldados que voltavam para a África, mostra e fala como o europeu promove guerras entre eles piores que da África e que eles não eram capazes de pacificar o continente.
O contato com vários grupos africanos na guerra lhes dá identidade e voltam para seus países com outras ideias.
A ocupação da França pela Alemanha exarcebou o sentimento de liberdade, e essa liberdade para todos chegou à África.
Na 2ª Guerra Mundial as potencias européias ficaram destruídas – França, Inglaterra, Alemanha e emergem duas outras, não colonial, EUA e URSS com um discurso que deixaria acabar com a colonização, já apontando para necessidade de acabar com a ocupação colonial. Essas nações deveriam ser exploradas de maneira inteligente,
Fatores internos da descolonização – Transformação da África durante o espaço de guerra; Desenvolvimento econômico, urbanização, expansão dos serviços de saúde e educação; Apropriação do legado ocidental pelo colonizado na sua luta contra o colonizador; Valores – o ideário revolucionário, o cristianismo, o nacionalismo, o socialismo.

Instrumentos como o saber escrito, a educação formal, o partido e a organização sindical; Frustração pela ausência de mudanças sociais e políticas. Quando o exercito volta para a África, após a 2ª Guerra Mundial ficaram decepcionados, pois o colonialismo e o ideário racista continuavam; Ideário do Pan-Africanismo e da negritude, sua construção não começa na África, e sim na diáspora dos EUA e Antilhas e se expande para os países americanos e europeus e quando chega na África houve a união pela solidariedade racial.
O papel das missões na formação das elites nacionalistas. As missões religiosas, tanto católicas como protestantes tiveram um papel contestador e critico da colonização e elas foram fundamentais para a formação dessas elites; Movimentos ideológicos e culturais que deram força para o movimento Pan-Africano.
Nos mapas 2 ao 7, monitoramento do processo de independência política ocorrido a partir dos anos 40 do século XX no continente africano.

Projeto Geográfico by Geógrafo Rafael Sanzio A. dos Anjos

Para que você amplie seus conhecimentos a respeito dos processos de independência que ocorreram no continente africano e perceba as graves e profundas cicatrizes deixadas pelo colonialismo europeu, propomos a atividade abaixo:

Os ditadores africanos do século XX são chamados de “criaturas do colonialismo”. Os alunos deverão formar 3 grupos sob a orientação do (a) professor (a) e cada um deverá buscar informações sobre JEAN-BÉDEL BOKASSA (República Centro Africana Bangui), MOBUTU SESE SEKO (Zaire) e IDI AMIM DADA (Uganda) e suas relações com a máquina militar colonial européia do século XIX. Cada grupo deverá elaborar uma narrativa histórica e apresentar suas considerações em sala de aula. Deverão ser disponibilizados aos alunos todos os recursos tecnológicos disponíveis na escola para efeito de pesquisa e apresentação.




Independência dos paises africanos – 1960 foi o grande ano, 17 países se tornaram independentes.
1974 à 1993, na África Austral foi o processo mais custoso de independência por causa da maioria branca, onde se completa  só com a soltura de Mandela.
O processo de descolonização foi basicamente político e não econômico. Essa dependência econômica continua numa divisão interna das elites africanas. Não haveria um retorno de fronteiras. Não existia fronteiras naturais como na Europa, as fronteiras eram a partir das latitudes, não respeitando povos e etnias diversas. Todos os lugares estão longe de ser homogeneizados etnicamente. África e Europa, mas mesmo sem ser homogêneos, não determinam o fato da instabilidade. As etnias são moveis, não existem linhas eternas de fronteiras. As etnias se formam com o contato entre eles. Os europeus, as missões contribuíram muito para formar etnias. Essas missões traduziam a bíblia numa linguagem especifica de um povo e isso se expandiu para muitos, criando assim grupos étnicos. Isso dificultou muito a volta de fronteiras depois da descolonização, seria muito complicado, levaria a outra guerra. 
Outra característica que parecia natural, porém, não era pós 2ª Guerra Mundial, é o modelo de Estado Nação como única forma de organização. Existe formação de reinos políticos anteriores dentro dos Estados Nacionais.
Existia uma fragilidade econômica e dependência de sua antiga metrópole, fragmentada institucional, com pequenas elites. Todas as estruturas burocráticas e organizações de Angola era feita por portugueses. E esse novo país fragilizado que é construído o Estado Nacional.
As diferenças tirando-os do contexto histórico – os conflitos étnicos na África, na verdade são guerras civis que decorre do desenvolvimento regional desigual.
Na área do Zaire (República Democrática do Congo) país mais destruído da África por causa das riquezas minerais e exploração imensa. Angola, Zâmbia, Zimbabwe, Namíbia é riquíssima em minério, muito importante para as indústrias mundiais.
O Sudão foi uma colônia diferente, parceria entre egípcios e britânicos que queriam o controle das cabeceiras do rio Nilo. Houve um domínio de mulçumanos islamizados e arabizados e de regiões ora cristã ora tradicional. Houve um conflito com a parte norte e sul contra esses mulçumanos, população mais clara e população mais africanizada que partilhavam do mesmo desenvolvimento. Foram conflitos de elites e não conflitos étnicos houve lugares com verdadeiros massacres.
Nigéria, Gabão, Camarões, Kuait, terciários e ricos em petróleos e existe um interesse econômico muito grande neles.
As etnias serem cortadas por fronteiras era somente um fator a mais de instabilidade. Em lugares de mais conflitos étnicos, as elites de cada grupo local, iam buscar ajuda internacional.
Ainda não houve tempo para a África se reconstruir, pois o processo de descolonização é muito recente e também existem vários fatores que restringem a pobreza, disparidades de riquezas, o norte muito pobre por causa da expansão do Saara e países agrários e o sul mais rico principalmente em minérios. 


Mapa atual da África

Texto elaborado a partir das aulas do curso do museu Afro Brasil – 2005 Prof. Núbia Esteves
Postado por Safira da África







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